segunda-feira, 27 de julho de 2009

LULLA

Nosso Pequeno Timoneiro chegou ao fundo do poço, cada vez mais parecido com o Hugo Chavez e agora, até com o Zelaya. Enaltecer a parceria com Collor e Renan foi demais. Abraçar Sarney já estava difícil de engolir, mas essa parceria enterrou de vez o passado do líder sindical combativo que fundou o PT. E tudo isso por causa da CPI da Petrobrás. Será que tem tanta sujeira assim na nossa empresa petrolífera que vale a pena destruir a própria biografia ( sem contar as biografias do PT que foram destruídas ao longo desse governo )?

Ninguém nega a responsabilidade que o governo Lula teve em relação à economia, mantendo os pilares do Plano Real. Ninguém pode negar também os avanços em campos antes abandonados como os investimentos em educação, apesar das bobagens das cotas e da falta de uma reforma de base no Ensino Fundamental. O Bolsa Família, apesar de assistencialista, foi sem dúvida um passo na direção de reduzir os níveis de miséria de uma boa parte de nossa população. Em outros campos, como a política externa, um festival de equívocos e opções absurdas, mas tão irrelevantes quanto o nosso papel no cenário internacional.

Mas no campo político a herança desse governo é insuperável. Desde o mensalão ficou claro o direcionamento do projeto político pessoal de Lula, no sentido de destruir e imobilizar a classe política. Claro que a patética oposição do PSDB e do DEM contribuiu para isso, mas o processo de destruição das lideranças políticas foi um verdadeiro rolo compressor. Lula atropelou o PT paulista, a ponto de transformar Ciro Gomes na única opção. Destruiu biografias importantes no Senado e na Câmara sob o discurso da governabilidade. Tudo isso aliado a uma política de mídia muito bem planejada, comprando vozes e consciências, transformou Lula na única liderança política nacional.

Governando por Medidas Provisórias, desprezando os valores que basearam a existência de seu partido por décadas, acuando a oposição como nenhum governante democraticamente eleito fez e ocupando todos os espaços possíveis da mídia, Lula construiu o espaço para poder desafiar a si mesmo constantemente. Defende o indefensável e apóia quem jamais mereceria apoio e mesmo assim, navega em 80% de aprovação.

Ainda bem que somos diferentes da Venezuela ou de Honduras. Mas será que somos mesmo?

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